quinta-feira, 20 de março de 2014

Sou fria ...

Sou fria meu amor e totalmente dramática com essa coisa de sentimentos.
Não sei retribuir muitos carinhos assim logo de cara, mas tudo que eu sinto carrego por dentro e quando me vejo, já explodi inteira. Não me apego assim tão fácil, tenho essa estranha mania pela conquista. Gosto de construir as coisas com o tempo e não com a carência. Pouquíssimas vezes você vai me ver falando bem de alguém que acabei de conhecer justamente pelo fato de eu não conhecer. Acho importante ter uma certa convivência antes de expor minha opinião. Mas apesar de tudo eu sou extremamente intensa, todos os meus momentos eu vivo na espera de que eles durem para sempre, mesmo sabendo que isso não vai acontecer. Eu não tenho vergonha de admitir que mesmo tendo pressa eu demoro, mas pode ter certeza de uma coisa, que quando eu chego é pra ficar.

Maíra Cintra




domingo, 9 de março de 2014

Que sejamos...

Que sejamos leves, mas não tão leves , que é pra maré não levar;
Que sejamos breves, mas não tão breves que não possa sentir;
Que sejamos fortes, mas não tão fortes a ponto de (se)destruir;
Que sejamos bonitos, mas não tão bonitos a ponto de não ser humildes;
Que sejamos sonhadores, mas não tanto a ponto de não viver a realidade;
Que sejamos expectativas, mas não tanto que é pra não se decepcionar;
Que sejamos saudades, mas não tanto que é pra não amargurar;
Que sejamos amor, mas não tanto ao outro, que é pra não esquecer de SE AMAR.

Tati Zanella




sábado, 8 de março de 2014

Uma Mulher sem Areia Nenhuma

Tenho o santo horror da frieza calculada, da boa educação, do prudente juízo duma mulher. Aos homens pertence tudo isso, e a mulher deve ser muito feminina, muito espontânea, muito cheia de pequeninos nadas que encantem e que embalem.                     Meu amigo, se esperas ter uma mulher sem areia nenhuma, morres de aborrecimento e de frio ao pé dela e não será com certeza ao pé de mim...                                                    
 Comigo hás-de ter sempre que pensar e que fazer.                                                           Hás-de rir das minhas tolices, hás-de ralhar quando elas passarem a disparates (hão-de ser pequeninos...) e hás-de gostar mais de mim assim, do que se eu fosse a própria deusa Minerva com todo o juízo que todos os deuses lhe deram. 


Florbela Espanca. "Correspondência (1920)"