sábado, 26 de março de 2011

Pais E Filhos


Estátuas e cofres e paredes pintadas
Ninguém sabe o que aconteceu.
Ela se jogou da janela do quinto andar
Nada é fácil de entender.

Dorme agora,
é só o vento lá fora.

Quero colo! Vou fugir de casa!
Posso dormir aqui com vocês?
Estou com medo, tive um pesadelo
Só vou voltar depois das três.

Meu filho vai ter nome de santo
Quero o nome mais bonito.

É preciso amar as pessoas
Como se não houvesse amanhã
Por que se você parar pra pensar
Na verdade não há.

Me diz, por que que o céu é azul?
Explica a grande fúria do mundo
São meus filhos
Que tomam conta de mim.
Eu moro com a minha mãe
Mas meu pai vem me visitar
Eu moro na rua, não tenho ninguém
Eu moro em qualquer lugar.

Já morei em tanta casa
Que nem me lembro mais
Eu moro com os meus pais.

É preciso amar as pessoas
Como se não houvesse amanhã
Por que se você parar pra pensar
Na verdade não há.

Sou uma gota d'água,
sou um grão de areia
Você me diz que seus pais não te entendem,
Mas você não entende seus pais.

Você culpa seus pais por tudo, isso é absurdo
São crianças como você
O que você vai ser
Quando você crescer?


Legião Urbana

sábado, 19 de março de 2011

O Pequeno Príncipe


E foi então que apareceu raposa:
- Bom dia – disse a raposa.
- Bom dia – respondeu educadamente o pequeno príncipe que, olhando a sua volta, nada viu.
- Eu estou aqui – disse a voz – debaixo da macieira...
- Quem és tu? – perguntou o principezinho. – Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa – disse a raposa.
- Vem brincar comigo – propôs ele. – Estou muito triste...
- Eu não posso brincar contigo – disse a raposa. – Não me cativaram ainda.
- Ah! Desculpa – disse o principezinho.
Mas, após refletir, acrescentou:
- Que quer dizer “cativar”?
- Tu não és daqui – disse a raposa. – Que procuras?
- Procuro os homens – disse o pequeno príncipe. – Que quer dizer “cativar”?
- Os homens – disse a raposa – têm fuzis e caçam. É assustador! Criam galinhas também. É a única coisa que fazem de interessante. Tu procuras galinhas?
- Não – disse o príncipe. – Eu procuro amigos. Que quer dizer “cativar”?
- É algo quase sempre esquecido – disse a raposa. – Significa “criar laços”...
- Criar laços?
- Exatamente – disse a raposa. – Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu também não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim o único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
- Começo a compreender – disse o pequeno príncipe. – Existe uma flor... eu creio que ela me cativou...
- É possível – disse a raposa. – Vê-se tanta coisa na Terra...
- Oh! Não foi na Terra – disse o principezinho.
A raposa pareceu intrigada:
- Num outro planeta?
- Sim.
- Há caçadores nesse planeta?
- Não.
- Que bom! E galinhas?
- Também não.
- Nada é perfeito – suspirou a raposa.
Mas a raposa retornou o seu raciocínio.
- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E isso me incomoda um pouco. Mas, se me cativas, minha vida será com que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. Os teus me chamarão para fora da toca, como se fosse musica. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim não vale nada. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos dourados. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará com que eu me lembre de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo.
A raposa calou-se e observou por muito tempo o príncipe:
- Por favor... cativa-me! – disse ela.
- Eu até gostaria – disse o principezinho. – Mas não tenho muito tempo.  Tenho amigos a descobrir e muitas coisas  a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou – disse a raposa. – Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo já pronto nas lojas. Mas, como não existe lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
- Que é preciso fazer? – perguntou o pequeno príncipe.
- É preciso ser paciente – respondeu a raposa. – Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...
No dia seguinte o principezinho voltou.
- Teria sido melhor se voltasses à mesma hora – disse a raposa. – Se tu vens, por exemplo, às quatro horas, então estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas, se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar meu coração... É preciso um ritual...
(...)

Assim, o pequeno príncipe cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
- Ah! Eu vou chorar.
- A culpa é tua – disse o principezinho. – Eu ano queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
- Quis – disse a raposa.
- Mas tu vais chorar! – disse ele.
- Vou – disse a raposa.
- Então, não terás ganhado nada!
- Terei, sim – disse a raposa – por causa da cor do trigo. Depois ela acrescentou:
- Vai rever as rosa. Assim compreenderás que a tua é única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te presentearei com um segredo.
(...)

E voltou, então, à raposa:
- Adeus... – disse ele...
- Adeus – disse a raposa. – Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.
- O essencial é invisível aos olhos – repetiu o principezinho, para não se esquecer.
- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que a fez tão importante.
- Foi o tempo que eu perdi com minha rosa... – repetiu ele, para não se esquecer.
- Os homens esqueceram essa verdade – disse ainda a raposa. – Mas tu não a deves esquecer. TU TE TORNAS ETERNAMENTE RESPONSÁVEL POR AQUILO QUE CATIVAS. Tu és responsável pela tua rosa...

Antoine de Sant-Exupéry



OBS:  Esses trechos é do belíssimo livro “ O Pequeno Príncipe” do autor Antoine de Sant-Exupéry.
Para mim particularmente esses trechos são os mais belos e encantadores, pois, mostram a verdade dentro da fantasia... E fala dos mais lindos e nobres sentimentos, e dentre eles estão a amizade, alegria, felicidade e o amor sob todas as formas...


terça-feira, 8 de março de 2011

O Que Eu Também Não Entendo

Essa não é mais uma carta de amor
São pensamentos soltos
Traduzidos
em palavras
Prá
que você possa entender
O que eu também não entendo...

Amar não é ter que ter
Sempre certeza
É aceitar que ninguém
É perfeito prá ninguém
É poder ser você mesmo
E não precisar fingir
É tentar esquecer
E não conseguir fugir, fugir...

Já pensei em te largar
Já olhei tantas vezes pro lado
Mas quando penso em alguém
É por você que fecho os olhos
Sei que nunca fui perfeito
Mas com você eu posso ser
Até eu mesmo
Que você vai entender...

Posso brincar de descobrir
Desenho
em nuvens
Posso
contar meus pesadelos
E até minhas coisas fúteis
Posso tirar a tua roupa
Posso fazer o que eu quiser
Posso perder o juízo
Mas com você
Eu tô tranquilo, tranquilo...

Agora o que vamos fazer
Eu também não sei
Afinal, será que amar
É mesmo tudo?
Se isso não é amor
O que mais pode ser?
Tô aprendendo também...

Já pensei em te largar
Já olhei tantas vezes pro lado
Mas quando penso em alguém
É por você que fecho os olhos
Sei que nunca fui perfeito
Mas com você eu posso ser
Até eu mesmo
Que você vai entender...

Posso brincar de descobrir
Desenho
em nuvens
Posso
contar meus pesadelos
E até minhas coisas fúteis
Posso tirar a tua roupa
Posso fazer o que eu quiser
Posso perder o juízo
Mas com você
Eu tô tranquilo, tranquilo...

Agora o que vamos fazer?
Eu também não sei!
Afinal, será que amar
É mesmo tudo?
Se isso não é amor
O que mais pode ser?
Estou aprendendo também...

Jota Quest

OBS: Essa musica retrata perfeitamente o que eu sentia... sinto... e sempre sentirei... pelo meu grande e eterno amor... que infelizmente a cruel morte o levou em seus braços pra longe de mim...sinto tantas saudades de voce meu amor!!!

 

sábado, 5 de março de 2011

COMPLICADO DEMAIS...



Se algum dia algo te lembrar
E a emoção tocar a face inteira do teu rosto
Não se envergonhe em dizer

Que o ciúme levou teu amor
E te afastou de vez de minha a voz do teu silêncio
Não me deixou opção

Acreditei na força do teu querer
Mas o ciúme foi maior que você
Ressentimento cegou a minha visão
Aquele amor virou antiga paixão

Te aceito assim, complicado demais
Também sou assim, complicada demais
E já faz tempo que o tempo parou
Não envelheço a espera do teu amor

Se nos sentimos como a terra e o mar
E o desamor desfez um sonho lindo
Desse jeito feito uma nuvem no céu

Eu não queria mesmo acreditar
Que o ser humano tão sereno fosse assim
Um oposto afim de criar confusão

Eu estarei aqui esperando você
Se redimindo do teu erro pra ver
Teus olhos rasos decididos a voltar
Sem ter ciúme vem pra mim vem me amar

Te aceito assim, complicado demais
Também sou assim, complicada demais
E já faz tempo que o tempo parou
Não envelheço a espera do teu amor


PAULA FERNANDES